As fotos todas são do meu banco pessoal, fotos da militância, das ruas, da vida...

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Poema de um Redutor de Danos

Massa Instantânea- por Carlinhos Guarnieri- redutor de danos do RS

Eu falo de uma massa, que não é espaguete
É uma massa crua, é o menino de rua, rotulado de pivete, pela educação escrava.
Eu falo de uma massa que não é macarrão.
É o guri sem teto, sem afeto, analfabeto, seu colchão é o chão, vida de cão sem raça.
Eu falo de uma massa, que não é massa folhada.
Pede grana no sinal, só tem folha de jornal, contra o frio da madrugada, sua pele é sua couraça.
Eu falo de uma massa que não é de pastel.
Recheada de vento e dormindo ao relento,
O seu teto é o céu, seu recheio é só carcaça.
Eu falo de uma massa que não é ravioli
Intragável, indigesta, que a princípio não presta.
E que ninguém engole, o que no mole, despedaça.
Eu falo de uma massa que não é parafuso.
É o moleque inteligente que de tanto solvente, vai ficando confuso, enquanto o tempo passa...
Eu falo de uma massa que não é panqueca.
Fissurada no crack, a mente sente o baque, enquanto o corpo seca, e a vida embaraça.
Eu falo de uma massa que não é capelete.
Não tem armas pra luta, nem força pra disputa, por isso nem compete, fica vivo por pirraça.
Eu falo de uma massa que não é o miojo.
Boicotada, atrofiada, que não é valorizada, a elite tem nojo, seu paraíso é a praça.
Vem agora e abraça a massa instântanea, que não quer ficar no molho, mas transceder o teu olho, que tua atitude espontânez, vem agora e ABRAÇA!

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